quinta-feira, 18 de setembro de 2008

acontecimentos...

o menino pergunta ao pai se ele acredita no acaso, se acredita em destino... o pai responde que se a gente pensa em alguém e esse alguém liga a gente acha que é obra do destino, que está previsto nas estrelas, é sobrenatural... mas quando a gente não pensa nessa pessoa e ela liga ou quando pensamos e ela não liga, passa despercebido... é estranho... difícil saber no que pensar... seria tão bom poder acreditar que certas coisas acontecem porque têm que acontecer... isso é confortante, dá esperança... mas é difícil acreditar... fica-se com um pé atrás sempre... difícil saber no que acreditar com todas essas incredulidades contemporâneas... mas algumas coisas impressionantes realmente acontecem... será que existe um fluxo de energia entre as pessoas que fazem essas "casualidades" acontecerem? é bom pensar que sim... e aproveitar essa sensação boa que vem junto com esses acontecimentos... sem tentar pensar muito se isso é coincidência ou destino... apenas aproveitar as sensações...
Tiago Elídio...

dedicado à Lyne, que muito contribuiu para esse texto! =)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

sábio caio f. abreu...

Extremos da Paixão

Não, meu bem, não adianta bancar o distante
lá vem o amor nos dilacerar de novo..."


Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou "o que foi?" - perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a)- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo(a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER.

Pensando nisso, pensei um pouco depois em Boy George: meu-amor-me-abandonou-e-sem-ele-eu-nao-vivo-então-quero-morrer-drogado. Lembrei de John Hincley Jr., apaixonado por Jodie Foster, e que escreveu a ela, em 1981: "Se você não me amar, eu matarei o presidente". E deu um tiro em Ronald Regan. A frase de Hincley é a mais significativa frase de amor do século XX. A atitude de Boy George - se não houver algo de publicitário nisso - é a mais linda atitude de amor do século XX. Penso em Werther, de Goethe. E acho lindo.

No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya,ilusão,passatempo. E exigimos o terno do perecível, loucos.

Depois, pensei também em Adèle Hugo, filha de Victor Hugo. A Adèle H. de François Truffaut, vivida por Isabelle Adjani. Adèle apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. Certo dia, em Barbados, esbarraram na rua. Ele a olhou. Ela, louca de amor por ele, não o reconheceu. Ele havia deixado de ser ele: transformara-se em símbolosem face nem corpo da paixão e da loucura dela. Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela. Adèle morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: "É para você, para você que eu escrevo" - dizia Ana C.) numa língua que, até hoje, ninguém conseguiu decifrar.

Andei pensando em Adèle H., em Boy George e em John Hincley Jr. Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que - se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida.

Ai que dor: que dor sentida e portuguesa de Fernando Pessoa - muito mais sábio -, que nunca caiu nessas ciladas. Pois como já dizia Drummond, "o amor car(o,a,) colega esse não consola nunca de núncaras". E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins.

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

balanço...

nheque, nheque... nheque, nheque... e assim no seu ir e vir o balanço dava vida à sua existência meio parada... dependia sempre da ajuda de alguém para isso... no mais, ficava ali tranquilo e sem movimento... chegando até a enferrujar-se... nheque, nheque... nheque, nheque... a jovem que estava sentada sobre ele mal percebia a diferença que fazia... estava ali imersa em seus pensamentos, num ir e vir constante, sem saber onde parar... apenas dava alguns impulsos às vezes para seguir movimentando-se, mas eles foram ficando cada vez mais fracos... até que o barulho se desfez e ela se foi... deixando o balanço à espera de uma nova companhia que mexesse com ele...
Tiago Elídio...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

pílulas digestivas...

inesperadamente algumas coisas acontecem... às vezes isso é bom... às vezes, não... às vezes, tanto faz... pelo simples fato de não terem sido esperadas, talvez possam causar um estranhamento, necessitarem ser processadas... digeridas... precisam, assim, se converterem em compostos absorvíveis pelo organismo... nem sempre é um processo fácil... pode ser algo rápido, pode demorar, ou simplesmente pode não acontecer... depende de como o corpo do indivíduo reage frente à esse objeto estranho... mas muitas vezes tudo isso pode ser facilitado por algumas pílulas que ajudam na digestão... simples assim, basta ingeri-las... seria ótimo poder sair por aí distribuindo esses produtos e ajudando nas transformações alheias... mas não há nada que se possa fazer... esse é um processo pessoal e intranferível...
Tiago Elídio...

dedicado à Aline Fonte... fonte de inspiração... =)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

decisões...

a vida é feita de decisões... esse é um velho clichê que todos estão carecas de saber... o mesmo pode-se dizer dessa metáfora, mais um clichê... vemos assim que a vida é feita também de clichês... mas voltemos então às decisões... hoje resolvi fumar... quero dizer, resolvi começar a fumar, pois ainda não fui às vias de fato... mas tomei essa decisão pois estou muito saudável... não me interpretem mal... não quero ter um câncer de pulmão ou coisa do gênero... apenas não quero ser um daqueles velhinhos da terceira idade que vão fazer ginástica com outros velhinhos saudáveis porque já não tem os amigos de antes... que morreram por infartos, cânceres e outros problemas decorrentes de suas vidas sedentárias... não me interpretem mal aqui também... não é esse o fim que desejo aos meus amigos... mas o fato é que preciso de algo para contrabalancear essa vida esportista que ando levando... e nada melhor que um... ou dois... ou três... cigarrinhos por dia... para aliviar a ansiedade, inclusive... essa é minha decisão! tem fogo aí?

Tiago Elídio...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

quadrados amigos...

A.L.I.N.E diz:
bom, é isso né?
A.L.I.N.E diz:
cada um no seu quadrado
Ti.a..go... diz:
acho q sim
A.L.I.N.E diz:
rs
Ti.a..go... diz:
uhahaha