quinta-feira, 17 de abril de 2008

pedalar...

Pedalava suavamente sua bicicleta vermelha... fazia cerca de meia hora que estava passeando pelas ruas... o sol já estava se pondo, e ela estava renascendo... há tempos que não se dava ao luxo de sair por aí, enamorar-se de si mesma... há tempos que estava escravizada pelo tempo e pelos outros... mas nesse domingo fresco de outono transgrediu... pegou sua bicicleta e saiu por aí... sem rumo... sem direção... sem problemas... sem nada que a pudesse perturbar... como foi bom... necessitava fazer aquilo mais vezes... e com o brisa fresca do anoitecer seguiu seu caminho...
Tiago Elídio...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

hi-five

Hand In My Pocket
Alanis Morissette

I'm broke but I'm happy
I'm poor but I'm kind
I'm short but I'm healthy, yeah

I'm high but I'm grounded
I'm sane but I'm overwhelmed
I'm lost but I'm hopeful baby

An' what it all comes down to
Is that everything's gonna be fine fine fine

'Cause I've got one hand in my pocket
And the other one is giving a high five

I feel drunk but I'm sober
I'm young and I'm underpaid
I'm tired but I'm working, yeah

I care but I'm restless
I'm here but I'm really gone
I'm wrong and I'm sorry baby

An' What it all comes down to
Is that everything's gonna be quite alright

'Cause I've got one hand in my pocket
And the other is flicking a cigarette

And what is all comes down to
Is that I haven't got it all figured out just yet

'Cause I've got one hand in my pocket
And the other one is giving the peace sign

I'm free but I'm focused
I'm green but I'm wise
I'm hard but I'm friendly baby

I'm sad but I'm laughing
I'm brave but I'm chicken shit
I'm sick but I'm pretty baby

And what it all boils down to
Is that no one's really got it figured out just yet

I've got one hand in my pocket
And the other one is playing the piano

What it all comes down to my friends
Is that everything's just fine fine fine

'Cause I've got one hand in my pocket
And the other one is hailing a taxi cab...

terça-feira, 1 de abril de 2008

out...

Out!... Ough!... Como dói!... estar de fora às vezes machuca... mas estar dentro às vezes não passa de ilusão... afinal, não cabem todos na mesma embarcação... às vezes uns caem e se afogam, e outros sequer conseguem adentrar... mas os que conseguem, parece que navegam tranquilos e contentes... mas às vezes tormentas e maremotos surgem... out! ough! como dói!...
Tiago Elídio...

domingo, 23 de março de 2008

rótulos...

aventura... terror... suspense... romance... estava cansado de catalogar os livros da biblioteca... cansado também dessa divisão categórica de tudo... tudo tinha que ser taxado de alguma coisa e ser reduzido a um simples adjetivo... não é possível que a bruxa malígna também sonhe com um príncipe encantado?
Tiago Elídio...

quarta-feira, 19 de março de 2008

lágrimas...

Cry Ophelia...
Adam Cohen

Something went wrong
You're not laughing
It's not so easy now to get you to smile
You gotta be strong
To walk these streets
And keep from falling
But when you're not, just let yourself cry

You've been working hard
Just trying to pay the rent
Tryin' to draw the line between who you are and who you invent
But if you throw a stone
Something's gonna shatter somewhere
We're all so fragile
We're all so scared

You say you wanna learn how to live your life without tears
But we've been trying to do that for thousands of years
So go on and cry Ophelia
It's the only thing to do sometimes
You know I'm crying too
Right there with you
It's alright, Ophelia
Everybody cries

Thank god for my bad memory
I've forgotten some of the stupid things that I've done
I've come to a little wisdom through a whole lot of failure
So I watch more carefully what rolls off my tongue

You pray for rain
But you don't want it from a storm
Yeah, you find a rose
And cut your finger on a thorn
So go on and cry, Ophelia
It's the only thing to do sometimes
You know I'm crying too
Right there with you
It's alright, Ophelia
Everybody cries, Ophelia
It's the perfect thing to do sometimes
You know I'm crying too, right there with you
It's alright, Ophelia
Everybody cries, Ophelia
Cry, Ophelia
I'm crying too, right there with you
It's alright, Ophelia
Everybody cries...

terça-feira, 18 de março de 2008

troca de olhares...

um par de olhos azuis se abria encantado... outro, de olhos castanhos, se abria de maneira comedida, arisco... mal sabiam que uma grande troca seria feita entre eles anos mais tarde... eram muito inocentes até para perceberem o que estava em sua volta naquele momento... eram dois pequenos bebês que ainda precisavam de leite materno... precisavam de apoio e carinho para mais tarde poderem soltar suas garras e viverem completamente, complexamente... eram pequenos seres com um futuro promissor à sua espera, com caminhos que se cruzariam, formando assim laços que se entrelaçariam cada vez mais e se tornariam um emaranhado de emoções intensas... um novo cordão umbilical que uniria esses singelos seres... necessitariam um do outro... dividiriam angústias, dúvidas, medos... mas também compartilhariam conquistas, alegrias, certezas... e era com essas certezas que fechavam os olhos esperando tranqüilos por acontecimentos que se realizariam mais tarde...
Tiago Elídio...

segunda-feira, 17 de março de 2008

ambiguidades...

ser ou não ser, estar ou não estar, existir ou não existir, fazer ou não fazer, que fazer sobre isso? depende de como se vê, ou não se vê... depende do ponto de vista, depende da perspectiva, depende da ambiguidade... ambiguidade que atua como uma língua que não sabe onde lamber, tornando-se quase uma lambiguidade, uma lambida ambigua da língua... lambendo sem parar essas várias facetas, passando por silhuetas, chegando... onde? eis a questão!

Tiago Elídio...

terça-feira, 4 de março de 2008

ambiente favorável...

já se passavam sete minutos da hora programada… tentou entrar meio despercebida… em vão... os olhares voaram todos para cima dela... sentiu-se como se vários pássaros tivessem aterrissado de maneira violenta sobre seu corpo... era quase uma violação... ainda meio atordoada procurou uma cadeira para se sentar no meio de tantas cabeças sem rostos aparentes... por fim, encontrou uma na sétima fileira... porém, ainda teve barreiras a enfrentar... várias pessoas espaçosas atrapalhavam sua chegada ao assento... mas, depois de alguns “com licença”, lá estava ela sentada, olhando para o professor... este ainda arrumava desajeitado o material que havia preparado para a aula... enquanto isso, fotografou mentalmente o local para poder analisar melhor as pessoas que ali se encontravam... havia algumas pessoas comuns em um lado, outros nerds em outro... patricinhas e mauricinhos todos arrumadinhos em seu mundinho fechado ali em um canto... e algumas pessoas outras que lhe chamaram a atenção... uma delas estava na fileira da frente, à esquerda, e vestia uma camiseta com listras branca e preta, usava óculos e allstar vermelhos... em sua mochila havia um bottom da Mafalda gritando “Basta!”... achou bem interessante... uma outra pessoa que percebeu estava três fileiras à frente, à direita... essa possuía um corte de cabelo Amélie Poulain, blusinha verde, e um charmoso piercing em sua orelha... também ficou feliz por ver essa... ATENÇÃO!... ATENÇÃO!... chamava o professor, já pronto... voltou assim à realidade, com a sensação de novas perspectivas por vir... e, portanto...

Tiago Elídio...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

sufoco...

grãos finos de areia que se desvanecem na imensidão do infinito... uma areia que corrói os olhos de quem vê, cega o mais inocente dos indivíduos endiabrados... torna o mais purificado num ser dilacerado, petrificado, com um coração cinzento, frio, que não bate, tiquetaquea como um relógio com bateria fraca, quase parando, com o ponteiro do segundo se esforçando pra funcionar, como num sonho onde se tenta correr, progredir... um desespero, uma ânsia pelo despertar, um sufoco desesperador aguardando o amanhecer, esperando o porvir que nunca vem...
Tiago Elídio...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

o mar...

Pedra que chora
Lygia Fagundes Telles

DEITEI-ME NA AREIA E FIQUEI OLHANDO O MAR.
O mar que não é nem verde nem azul nem masculino como figura na nossa língua nem feminino como está na língua francesa, nem macho nem fêmea, mas algo assim andrógino. Escapando ao rigor das classificações ele é a vida mas também pode ser a morte. Agressivo,sim,e ao mesmo tempo, envolvente. Sedutor - Ah, vamos deixá-lo com seus mistérios porque os mistérios são inexplicáveis.

Vejo as ondas crescendo lá longe e perdendo as forças na travessia até desaparecerem aqui nos meus pés, esboroadas em espumas. Tão parecidas umas com as outras, essa que edsapareceu há pouco aqui na areia é igual àquela outra que já vem chegando ansiosa. E que já vai se desfazer em espumas no milagre da repetição e renovação, sim, são múltiplas, mas a destinação é imutável. Efemeridade e permanência.

Gerações e gerações de ondas e de gente nascendo e morrendo no infinito do tempo. “Sonhos são espumas, quase nada”, disse o poeta. Vejo uma gaivota que baixou o vôo, me espiou curiosa e logo partiu desinteressada, resmungando na língua das gaivotas. Deve ter sido num mar assim esvaziado que aquele antigo Cancioneiro Popular entrou:

Eu entrei no mar adentro e fiz tanta maravilha
que o Rei mandou me chamar pra casar com sua filha.
O dote que o Rei me dava:Oropa, França e Bahia.

Afundo as mãos na areia úmida. Pelo visto, situada no litoral Sul de São Paulo, esta praia não estava incluída no famoso dote do Rei. Itanhaém, na língua Tupi dos índios, Pedra que Chora. Sabe Deus de onde teria chegado os índios a esta praia com rochas e pedras amontoadas em toda a sua extensão, as ondas invadindo e cobrindo essas pedras. Para retornarem de novo ao mar, num esforço tão arfante e lamurioso que os sons espumejantes foram compondo a música das águas, Pedra que Chora.

A curiosidade, característica do ser humano e das formigas, a curiosidade teria a fonte de inspiração desses índios na sede das descobertas, tanta vontade de ir mais longe, mais longe ainda e assim foram inventadas as pirogas, embarcações feitas de tronco de árvores escavadas a fogo e que talvez desvendassem aquela linha lá longe que separa o mar do céu.

Descobertas mais importantes? Essas só aconteceram com a chegada do Padre José Anchieta na aurora da colonização. Os selvagens ficaram em êxtase, mas o que significava aquilo? Aquele espanhol de saúde frágil, vestindo aquela sotaina gasta, com suas sandálias rotas e falando a mesma língua da terra, o que significava isso? Entendia-se com os velhos e com os curumins, amansava as feras e tinha com única arma a pequena cruz de madeira que levantava na mão tremente.

O Apóstolo do Brasil e poeta , fundador do primeiro colégio de Jesuítas denominado São Paulo de Piratininga, semente da cidade de São Paulo, essa padre José de Anchieta também andou descalço nestas areias. Ouviu as ondas espumejantes gemendo por entre as pedras quando ia descansar naquela pedra maior, um abrigo que ficou sendo chamado Cama de Anchieta. Mais tarde, nas praias do litoral norte iria escrever na areia os poemas em latim dedicados à Virgem Maria.

Veio o mar e apagou as marcas dos passos e dos poemas. O mesmo mar que chorou quando em 1597 ele morreu lá longe, no Espírito Santo, chorou o mar e choraram os selvagens com saudades do amigo-irmão.

Continuo aqui deitada e tenho que partir. Será que era neste mar que o Apóstolo do Brasil ia se confessar? Mas espera, os santos não precisam de mediadores porque se dirigem diretamente a Deus, nós é que precisamos. Nesta Pedra que Chora acabei de escrever uma
CONFISSÃO

- Fui me confessar ao mar.
- E o que ele disse?
- Nada.


sábado, 26 de janeiro de 2008

lucía y la vida...


Lúcia e o Sexo
Lucía y el Sexo
ano: 2001
país: França, Espanha
realização: Julio Medem
intérpretes: Paz Vega, Tristan Ulloa, Najwa Nimri
"Este é um conto de vantagens. A primeira vantagem é que, quando uma história acaba, ela não termina, cai num buraco. E a história começa de novo do meio. A segunda vantagem, e também a melhor, é que é possível mudar a história a qualquer momento. Se você me permitir. Se me der tempo."

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

human behavior...

If you ever get close to a human
and human behaviour
be ready to get confused

there's definitely no logic
to human behaviour
but yet so irresistible

there is no map
to human behaviour

they're terribly moody
then all of a sudden turn happy
but, oh, to get involved in the exchange
of human emotions is ever so satisfying

there's no map and
a compass
wouldn't help at all

human behaviour

Björk...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

furacão...

o vento estava vindo em sua direção... à princípio aquela brisa fresca lhe causou uma sensação de conforto... era como uma mão lhe fazendo um carinho em seu rosto... mas o vento foi se tornando cada vez mais forte... era como se um furacão estivesse se formando ali à frente e ele logo faria parte daquilo... sentiu um certo medo, pois não sabia o que ia acontecer, o que seria dele depois que esse turbilhão passasse por sua vida... mas permaneceu parado, não conseguia se mover... no fundo, queria que o atingisse, queria fazer parte de algo agitado, intenso... e não demorou para que aquilo o envolvesse, embora para ele tivesse sido como um filme em câmera lenta... mas finalmente estava sentindo, fechou os olhos e sentiu seu corpo arrepiar, dando-lhe uma sensação de êxtase que nunca havia vivenciado... sentiu-se voando, livre... e seu corpo sentindo um prazer indescritível... algo que só se pode sentir... então, sentiu seus pés no chão novamente... abriu os olhos e sorriu...
Tiago Elídio...

domingo, 13 de janeiro de 2008

cosas tiernas...

Farofa Empolgada diz:
oi tiago eu tenho que tarjar agora
Tiago... diz:
tarjar?
Farofa Empolgada diz:
falé bom?
Farofa Empolgada diz:
cenar
Tiago... diz:
jaajja
Tiago... diz:
que lindo
Tiago... diz:
que fofo
Farofa Empolgada diz:
no te rias
Farofa Empolgada diz:
dime cómo tengo que decir
Tiago... diz:
é jantar!
Tiago... diz:
que fofo! =D
Farofa Empolgada diz:
aaaaaaahhhhhhhhh
Farofa Empolgada diz:
no te rias
Farofa Empolgada diz:
jantar!!!!!
Tiago... diz:
pero es tierno
Farofa Empolgada diz:
pinche ´palabra!!!
Farofa Empolgada diz:
ta bom
Tiago... diz:
pero muy bien
Tiago... diz:
hablaste parecido
Farofa Empolgada diz:
eu voi jantar

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

juventude...

está escorregando... está escorregando... cada vez mais forte... cada vez mais depressa... é como se estivesse tentando segurar porções de água em suas mãos, mas elas escapam... fogem... não há como evitar... por mais que se tente agarrar, passam pelos pequenos vãos entre os dedos... e se vão... por um momento ainda resta uma suavidade e um frescor... mas estes também se vão... ficam somente as lembranças... não é possível colocar mais água nas mãos e sentir todas aquelas sensações novamente... tudo se torna vão...
Tiago Elídio...