Este é o essencial e surpreendente testemunho do único deportado homossexual francês que contou a sua história.
Pierre Seel lembra-se da deportação nos campos nazistas, a tortura e a humilhação, depois o alistamento forçado... ― como alsaciano ― no exército alemão, o front do leste, a fuga e a captura pelos russos.
Lembra-se também do retorno da guerra: o muro de reprovação erguido diante dele, a homossexualidade inconfessável, a decisão de levar uma existência "como os outros", o casamento e a vida regrada.
O que foi preciso para que ele, em um belo dia de abril de 1982, escolhesse quebrar essa aparência e para que seu longo silêncio se transformasse em um longo combate pela verdade?
Nesse relato de uma vida desfeita, lemos a confissão pungente de um homem que queria, simplesmente, que a justiça fosse feita.
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"Eu, Pierre Seel, Deportado Homossexual"
Cassará Editora
Lançamento dia 22/03/2012, às 17h30
Livraria Travessa - Rua 7 de Setembro, 54, Centro
Rio de Janeiro - RJ
Um comentário:
Tiago,
Apaguei meu facebook, e cara, preciso te dar o retorno do teu livro. Eu prometi, já li e já quero te contar. E olha que o lançamento foi ontem. Comecei a ler e não consegui parar até o fim. O texto, do Pierre, e agora seu também, é comovente, claro, até mesmo frio diante de todo o horror que relata.
Fiquei emocionada com a história do Pierre. Como ele conseguiu guardar por tantos anos...? Parece-me que apesar de ele sentir vergonha do que ele era, sabia que este sentimento não estava de acordo. Isto torna a libertação do seu segredo um grito diante de tudo que o calou (os nazistas, sua família e a sociedade francesa).
Não é uma história de superação, com uma moral estúpida. Nem uma acusação contra as atrocidades nazistas apesar de não ter poupado detalhes (disso já estamos de certa maneira cansados de ouvir e nos entristecer).
Me surpreendeu na realidade é como a dor dele traça um retrato vivo da época, através de uma denúncia. Me lembrei das atuais comissões da verdade pelas atrocidades no Brasil pós 68. Não é para ser um show de horrores, é para que as memórias, mesmo as ruins, não sejam esquecidas. E claro que sua dor não merece ser esquecida.
Fiquei cheia de perguntas: como teve conhecimento do texto, quem te apresentou? Rafinha disse que vocÊ conheceu o Pierre, como ele era? Procurei fotos de sua juventude e era um moço muito bem apanhado.
Vou procurar sua dissertação, fiquei curiosa e quero ir além. O retrato psicológico do Pierre é surpreendente.
Assim, meus parabéns por você ter trazido esse texto para nós. Tem todo direito de se sentir parte dessa denúncia e deste retrato da França do século XX.
Me escreva!
sopadealface@gmail.com
Beijos,
Isabel
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