segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


"É engraçado - não irônico - como as pessoas cristalizam as facetas das pessoas que conhecem e proíbem outros lados de aflorarem à percepção. Começam a inclusive criar expectativas e sobem à arrogância de dizer que conhecem e entendem outros seres humanos."
Luisa Geisler - Quiça

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

o primeiro que disse...

"Vá em frente! Fique à vontade! Mude de cidade, você também! Faça como eu! Encontre dois ou três amigos, para falar sobre como você é... encontre alguém para amar... entre milhares de pessoas que não querem você. Chore, sofra... em segredo."



"É isso o que quero fazer na vida... quero escrever. Alguns dias atrás, em Roma, chegou uma carta para mim. Disseram que não irão publicar o romance que escrevi. Não gostaram... mas não me importa! Vou escrever outro e mais outro. Se não os publicarem, continuarei escrevendo para mim."

Tommaso Cantone...

Filme: 
Mine Vaganti - O Primeiro que Disse
(Itália, 2010, Ferzan Özpetek)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

corpos presentes...

estava paralisado como uma estátua… mas seu coração ainda pulsava fortemente… do alto daquele edifício, refletia sobre sua vida… o céu estava lindo aquele dia… azul e belo, com algumas nuvens que o enfeitavam… o vento batia no seu rosto e lágrimas escorriam dos seus olhos… sentia-se oprimido, triste, desanimado, sem vida… já não suportava mais tanta tristeza… acreditava que era hora de dar um ponto final nisso tudo… o preconceito havia começado quando ainda era criança… na escola, coleguinhas usavam nomes feios para se referir a ele… para se defender, isolava-se dos demais e ficava no seu canto, desanimado, sem vida… depois, na adolescência, também não havia passado pelas descobertas decorrentes da explosão hormonal… ao invés de sair para paquerar com os amigos, ficava trancado em seu quarto, desanimado, sem vida… com seus pais, a relação também não era muito boa… viviam em mundos muito distintos, e não conseguiam se entender… assim, não havia muito diálogo… e não tinha irmãos, o que o deixava completamente sozinho, preso aos seus monólogos interiores, desanimado, sem vida… todas essas imagens do passado transitavam por sua cabeça… e lá embaixo, os transeuntes caminhavam apressados de um lado para outro… ao contrário de antes, ninguém o apontava mais, afinal ninguém o notava ali… já não tinha mais forças para continuar lutando… a única energia que lhe restava foi usada para um impulso final… então se jogou… não se sabe se bateu asas e voou… ou se acordou de um pesadelo… o que se sabe é que essa história terminava ali…
Tiago Elídio...



Foto: Tiago Elídio...

Publicado originalmente na edição número 2 da revista Qüir de Portugal.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

o livreiro barbudo...

de terça a sábado, lá está ele na livraria do centro cultural... em meio aos mais variados livros, ali está ele, em pé, entre uma prateleira e outra... falando atentamente com os clientes, buscando os livros que estes não encontram, ajeitando, com suas habilidosas mãos, os cds e dvds que estão fora de lugar... nos seus raros momentos de tranquilidade, abre um livro e se desloca a outra dimensão, vivendo histórias que não são suas... nesse ínterim, enquanto sua mente está em outro lugar, seu corpo permanece ali parado, chamando a atenção de clientes com sua chamosa barba... quando volta à realidade e olha ao redor, deixa à vista seus belos olhos, hipnotizando quem consegue uma cruzada de olhares, instigando involuntariamente aqueles que estão ali buscando uma nova história... torna-se, assim, mais um personagem que desperta interesse em ávidos leitores... e, da mesma forma como o livro que tem em mãos, cabe a ele esquivar-se dessa história, fechando o livro... ou então mantê-lo aberto, continuando a história...
Tiago Elídio...

sábado, 3 de novembro de 2012

in my dreams...

Fighting away the tears
Feist & Mocky



Fighting away the tears
Fighting away the tears
I've been holding on for years
Fighting away the tears


I woke up in the middle of the night
Dreaming I had you by my side
You saw my hair look like a bird's nest
I swear I'll make you forget all the rest

Then I saw that I was all alone
Your location, I did not know
It was a dream, nothing more, nothing less
I guess there's still a couple things I regret
That's why I'm

Fighting away the tears
Fighting away the tears
Holding on for years
Fighting away the tears


My tears fall like rain drops
The years passed like pills pop
Like smoke in my eye
Like pigs, they don't fly
Like Santa he don't care
My rainbow's gone nowhere
The sound of your voice
Replaced by white noise
I don't want time to erase
My memories of your face
That's why I keep on fighting
That's why I keep providing
Goosebumps in my song writing


Fighting away the tears
Fighting away the tears
Holding on for years
Fighting away the tears

Oh, don't you worry
I'll keep on fighting
I'll keep on calling your name in my dreams


In my dreams (in my dreams)
In my dreams (in my dreams)
In my dreams (in my dreams)


Fighting away the tears
Fighting away the tears
And I've been holding on for years
Fighting away the tears


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in my dreams... (in Madrid...) 
in my dreams... (in Madrid...) 
in my dreams... (in Madrid...) 











Foto: 
Florian 
Polt...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Karina virou praia

Quando virou a esquina da Beija-Flor com a Rua dos Papéis Pequenos, tirou o blazer, os sapatos de couro e a calça. E assim, ficou apenas com a "roupa de praia". Um senhor que abria o mercadinho do bairro olhou para a donzela de curiosos movimentos e imaginou toda sorte de coisas: traição, rebelião juvenil, loucura. Longe ele de estar certo ou errado sobre todas essas coisas, deixou que um telefonema lhe distraísse. Mais tarde contou à mulher e à filha a cena que se desenrolara na frente dele, da menina que trocava de roupa entre um carro e outro, e incrédulo repetiu: "As mulheres são um mistério".

/Karina continuou seu trajeto, tranquila de suas intenções. Já com os pés na areia, descalça, sentia que cada passo era a intriga do tempo, ou a maneira como o tempo inflava o ar para a resolução de um mistério./

Karina só queria entender o tédio. A verdade é que sabemos se alguém de dezesseis anos é maduro demais para sua idade quando esse alguém se diz entediado. Karina se entediava desde os dezesseis anos. Precisava, então, de outra coisa. Se não completude, algo mais palpável. 

Foi atrás de substância. Disfarçada, deitou-se na areia com uma revista a tira colo, nervosa ao estender a canga. Porque tudo ali era sua busca, era feito de insoluções, era mérito e desvio. Pensou: "Se mulher também é mar, que eu seja infinitamente a força que conduz as marés". E vocês não iriam acreditar como, naquele momento, extremamente concentrada, Karina foi se transformando em sal. Primeiro foi o cabelo, que esbranquiçou intempestivamente. Na barriga, sentia o útero abortar água salgada. Os seios se encheram de conchas - e por mais que houvesse beleza, doía, passava dos limites. O vento foi soprando o que havia de areia.

/Karina virou praia./

Só um catador de latinhas viu o momento final, em que Karina, sem sabermos se excitada ou arrependida, gritou de um jeito estridente e congelou. Feita de sal e de areia, passou cinco noites ao luar, servindo de vínculo entre os deuses e a terra. Depois veio o mar, e a ressaca desmanchou-a para sempre. Uns dizem que desapareceu, outros contam que chegou em casa e na frente de toda família se desmanchou virando água salgada.

O catador de latas me disse que ela se levantou, recolheu a canga e ainda como uma estátua de areia, mergulhou desiludida, cabendo a ela a decisão de buscar o substancial e o essencial pelos 7 mares.

Henrique Ludgério












Foto: 
Tiago Elídio...


uma vida sem/com romance...

todos os dias pela manhã, ia para a praia... aproveitava para fazer seus exercícios matinais de frente para o mar, sentindo a vibração das ondas em seus ouvidos e a vibração da areia em seus pés... depois, gostava de exercitar a mente... sempre levava consigo um livro... depois de estender sua canga, debruçava-se sobre ela e se adentrava em outros mares... e gostava daqueles livros mais grossos, daqueles romances que parecem que nunca vão terminar... era dessas histórias que gostava mais... e quando uma leitura chegava ao fim, imediatamente já começava outra, sem sentir nenhum tipo de melancolia ou tristeza pela história que havia terminado... assim, preenchia sua manhã com muitas aventuras e emoções... gostava muito de romances... mas somente desses mais palpáveis, que se podem manusear e dar a eles o seu próprio tempo... gostava de ter o controle sobre a situação... já os outros romances, lidava de uma outra forma... na verdade, nunca havia tido muita sorte com esse tipo um romance... sempre se saía machucada, ferida, doída... assim, de tanto se estrepar nesse chão incerto e tropeçar nesse caminho pedregulhento, ficou traumatizada e não quis mais saber dessas histórias... assim, escolheu viver uma vida sem/com romance...

Tiago Elídio...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Sentem-se em casa em qualquer lugar. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor e compram passagens só de ida."
Martha Medeiros...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

One Art...

"The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

- Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like a disaster."

Elizabeth Bishop...

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Retrato

"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou perdida
a minha face?"

Cecília Meireles...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A Boy's Prayer Of Stones

By Rodney DeCroo





















"I try to remember the small boy I once was.
There’s evidence that he existed:
photographs, home movies, my mother’s
stories. But I can’t lay claim to even a single
authentic memory. So what does one do

at 3 a.m., full of self pity as the body
goes to shit, potbellied, root canal
toothache, sore foot, bad knee, bad back,
lonelier than hell, and worst of all,
unable to remember who I once was.

I can’t be that boy again. I imagine
he turns away from me as from a stranger,
the unknown adult as much a puzzle
to the boy as the boy is to the man,
and neither of us certain of anything.

But the boy is sunlight and water,
the darting tumble of a sparrow’s flight,
and moves through the day with a grace
courtesy of the garden though the man
has learned forbidden apples wait everywhere.

Sunlight is never more or less than sunlight,
wind never more or less than wind,
rain is rain, and the moon is always there.
Only a boy with his scraped knees
and dirty fingernails can know these things

and have a love for them as abiding
and constant as the stones he gathers
and places beneath his bed or on window sills,
small prayers he offers to the presence
that walks beside him wherever he goes

and is both the world that contains him
and he himself and all he encounters.
The years still distant when the stranger
he will become will struggle and fail
to know these things and to remember him."


From Allegheny, released 25 February 2012.

post dedicado à Aline Siqueira... 

domingo, 19 de agosto de 2012

La vuelta al mundo...



La Vuelta Al Mundo
Calle 13

No me regalen más libros
Por que no los leo
Lo que he aprendido
Es porque lo veo
Mientras más pasan los años
Me contradigo cuando pienso
El tiempo no me mueve,
Yo me muevo con el tiempo
Soy las ganas de vivir,
Las ganas de cruzar
Las ganas de conocer
Lo que hay después del mar

Yo espero que mi boca nunca se calle
También espero que las turbinas de este avión
Nunca me fallen
No tengo todo calculado,
Ni mi vida resuelta
Solo tengo una sonrisa
Y espero una de vuelta

Yo confío en el destino
Y en la marejada
Yo no creo en la iglesia
Pero creo en tu mirada
Tú eres el sol en mi cara
Cuando me levanta
Yo soy la vida que ya tengo
Tú eres la vida que me falta
Asi que agarra tu maleta,
El bulto, los motetes
El equipaje, tu valija,
La mochila con todos tus juguetes.

Y! Dame la mano
Y vamos a darle la vuelta al mundo
Darle la vuelta al mundo
Darle la vuelta al mundo

Dame la mano
Y vamos a darle la vuelta al mundo
Darle la vuelta al mundo
Darle la vuelta al mundo

La renta, el sueldo,
El trabajo en la oficina
Lo cambié por las estrellas
Y por huertos de harina
Me escapé de la rutina
Para pilotear mi viaje
Por que el cubo en el que vivía
Se convirtió en paisaje
Yo! era un objeto
Esperando a ser ceniza
Un día decidí
Hacerle caso a la brisa
A irme resbalando detrás de tu camisa
No me convenció nadie
Me convenció tu sonrisa

Y me fui tras de ti
Persiguiendo mi instinto
Si quieres cambio verdadero
Pues, camina distinto
Voy escaparme hasta la constelación mas cercana
La suerte es mi oxigeno
Tus ojos son mi ventana
Quiero correr por siete lagos
En un mismo día
Sentir encima de mis muslos
El clima de tus nalgas frías
Llegar al tope de la tierra.
Abrasarme con las nubes
Sumergirme bajo el agua
Y ver como las burbujas suben

Y! Dame la mano
Y vamos a darle la vuelta al mundo
Darle la vuelta al mundo
Darle la vuelta al mundo

Dame la mano
Y vamos a darle la vuelta al mundo
Darle la vuelta al mundo
Darle la vuelta al mundo

segunda-feira, 30 de julho de 2012

“Viajar é uma brutalidade. Te força a confiar em estranhos, a se perder do conforto familiar do lar e dos amigos. A estar em constante desequilíbrio. Nada é seu, exceto as coisas essenciais - ar, sono, sonhos, o mar, o céu - tudo coisas que tendem para o eterno ou para o que imaginamos como tal”.

"Viaggiare è una brutalità. Obbliga ad avere fiducia negli stranieri e a perdere di vista il comfort familiare della casa e degli amici. Ci si sente costantemente fuori equilibrio. Nulla è vostro, tranne le cose essenziali - l’aria, il sonno, i sogni, il mare, il cielo - tutte le cose tendono verso l’eterno o ciò che possiamo immaginare di esso."

Cesare Pavese

quinta-feira, 19 de julho de 2012

"[...] para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante - pop! -  pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos "aaaaaaah!". [...]"

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"[...] the only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn, like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars and in the middle you see the blue centerlight pop and everybody goes "Awww!”. [...]" 

Jack Kerouac... On The Road...

quinta-feira, 10 de maio de 2012


"¿Qué es la vida? Un frenesí.
¿Qué es la vida? Una ficción,
una sombra, una ilusión,
y el mayor bien es pequeño;
que toda la vida es sueño,
y los sueños, sueños son."
Pedro Calderón de la Barca

terça-feira, 20 de março de 2012

Eu, Pierre Seel, Deportado Homossexual

Este é o essencial e surpreendente testemunho do único deportado homossexual francês que contou a sua história.

Pierre Seel lembra-se da deportação nos campos nazistas, a tortura e a humilhação, depois o alistamento forçado... ― como alsaciano ― no exército alemão, o front do leste, a fuga e a captura pelos russos.

Lembra-se também do retorno da guerra: o muro de reprovação erguido diante dele, a homossexualidade inconfessável, a decisão de levar uma existência "como os outros", o casamento e a vida regrada.

O que foi preciso para que ele, em um belo dia de abril de 1982, escolhesse quebrar essa aparência e para que seu longo silêncio se transformasse em um longo combate pela verdade?

Nesse relato de uma vida desfeita, lemos a confissão pungente de um homem que queria, simplesmente, que a justiça fosse feita.

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"Eu, Pierre Seel, Deportado Homossexual"
Cassará Editora
Lançamento dia 22/03/2012, às 17h30
Livraria Travessa - Rua 7 de Setembro, 54, Centro
Rio de Janeiro - RJ

domingo, 4 de março de 2012

pouso forçado...










Foto:
Otavio
Ranzani...



voavam lindamente pelos céus... livres, leves, soltas, como dizem... em dado momento do voo, perceberam que estavam ficando sem combustível... precisavam fazer um pouso de emergência para reabastecer... na verdade, não estavam com muita vontade de aterrisar, mas não tiveram escolha... e como um bom casal monogâmico, desceram as duas juntas... a pista estava um pouco molhada e, por isso, desceram com cautela... mas não tiveram nenhum problema... além disso, o ambiente estava livre de outros seres indesejáveis... tão logo atingiram o sólo, dirigiram-se à fonte de água que estava ali próxima... uma bicadinha aqui, uma bicadinha ali... uma bicadinha em uma, uma bicadinha na outra, uma bicadinha de volta na água... um carinho em uma, um carinho na outra, um carinho na água... e assim sucessivamente até atingir o nível máximo de completude... depois, puseram-se a correr e alçaram voo... livres, leves, soltas...
Tiago Elídio...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

mundos que se cruzan...

desde el alto de la ciudad, a los pies del castillo, miraba las casitas cubiertas con nieve... la temperatura estaba muy baja... pero no sabía decir al cierto si lo que sentía era frío o angústia... tal vez los dos... sentía que no formaba parte de ese mundo... pero tampoco a lo de su lugar de origen... se sentía desubicado... lágrimas deslizaban bajo su rostro... tampoco sabía si por el frío o por angústia... quizás los dos... estaba congelado... no podía moverse... no sabía que dirección tomar... tal vez lo que necesitaba era de una persona que le serviera de guía... pero no sabía donde podría encontrarla... no parecía haber nadie cerca... todo estaba vacío... era como un desierto de hielo... y, en su cabeza, algunos mirajes... de pronto, siente una mano en su ombro...
Tiago Elídio...